terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A cor que tu me deste

Não sou racista.
Na verdade, acho que deveria ser banida esta nomenclatura, não deveria ser estudada. Certas coisas é melhor manter as pessoas na ignorância do que dar a elas a oportunidade de usarem mal.
Mas o mote de meu texto hoje foi uma manchete que vi esta semana dizendo que a primeira colocada em Medicina em uma renomada faculdade de São Paulo é negra e mora na periferia.
Vi esta chamada e me perguntei: "e?"
Para ser primeiro em qualquer coisa não precisa ter determinada cor de pele ou um status pré-concebido. Precisa estudar.
Mas a manchete: "Vestibulanda que estudou mais que os outros e que se dedicou mais à preparação e que é mais inteligente foi a número um no vestibular" não iria chamar tanto a atenção. Seria lugar comum, concordo, mas o racismo contido na manchete real me deu náuseas.
Olhe com mais cuidado à manchete... quer dizer nas entrelinhas que ela se saiu bem no vestibular apesar de ser negra e de ser proletária. Enxergue além do óbvio: a matéria não quer dizer que ela não tinha livros e não estudou em colégios caros. A chamada quer dizer que "oooh, negros e pobres não podem passar em primeiro lugar no vestibular de medicina".
Isso cansa.
A pessoa deve ser medida pelo seu grau intelectual, sua capacidade de tornar o mundo um lugar melhor, sua contribuição para ajudar outros a melhorarem.
Aproveitando a onda do assunto, também queria ressaltar que muitas pessoas, quando querem dizer que não têm preconceito costumam falar: "tenho amigos negros, tenho amigos gays, tenho amigos pobres". A pessoa tem amigos e ponto final. Não há que catalogá-los na mente (que é terreno liberal onde o pré-conceito surge).
No máximo eu tenho bons amigos ou colegas. Amigos confiáveis ou não. Pau pra toda obra ou meia boca. Sem pensar de que cor, sexo, orientação sexual são. Isso definitivamente não faz diferença.
Igualdade não se faz com leis, não se impõe com regras. Na realidade, é no coração que temos de matar essa praga do preconceito.
Como declarou Martin Luther King: "Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele."

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